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quarta, 15 de janeiro de 2025
Não é novidade que o sistema de franquias representa uma excelente oportunidade a quem deseja ter o próprio negócio, sem passar pelas comuns adversidades comerciais e de marketing no desenvolvimento de uma nova empresa. O franchising representa maior segurança aos empreendedores, com taxa de mortalidade 10 vezes inferior a de empresas com marcas próprias.
Nos últimos cinco anos, o número de marcas franqueadoras presentes no quadro da ABF (Associação Brasileira de Franchising) quase dobrou – de 1.643 marcas em 2009, contra 2.942 em 2014. Mas será que todas essas empresas se estruturaram adequadamente para replicar seus modelos de negócios e utilizar o franchising como o canal de distribuição mais apropriado de seus produtos e serviços?
PUBLICIDADEA maré alta dos últimos anos – analogia para o movimento crescente do setor – também traz dejetos do mar, como muitos empresários oportunistas, detentores de marcas sem profundo know-how da operação de seus negócios, interessados em vender franquias visando capitalizar rapidamente, deixando em segundo plano o desenvolvimento de uma rede forte e sustentável em longo prazo.
Não é raro encontrar franqueadores que mal sabem se (e como) seu modelo de negócios funciona. Franquias que não engrenam são péssimas para o segmento em geral, pois aumentam a taxa de mortalidade e causam descrença no sistema. Para o franqueado, é prejuízo certo entrar para uma rede sem maturidade de mercado e que não se preparou para replicar seu plano de negócios de forma sustentada.
Assim como no filme “O Lobo de Wall Street”, em que Jordan Belfort vendia ações de empresas “podres” a investidores – que tinham prejuízos avassaladores pouco tempo depois da compra – vemos muitos interessados em franquias caírem nas mãos de novos “Jordans”, mas que, ao invés de ações, vendem um negócio mal qualificado e mal estruturado.
É, possível, então, franqueadores e franqueados se protegerem definitivamente de novas marcas que não tenham lá muita transparência? A resposta é complexa, gerando divergentes opiniões entre especialistas no assunto. Genericamente, devemos elaborar um plano de melhoria que ocorra em três frentes: na legislação brasileira, na ABF e na postura dos investidores.
Como um primeiro passo, é preciso um update na Lei de Franchising. A atual legislação (de 1994) não trata, por exemplo, de quanto tempo uma empresa deve ter de mercado antes de começar a vender franquias. À época de sua promulgação, ela visava facilitar um rápido desenvolvimento do empreendedorismo no Brasil, mas já cumpriu seu papel: saltamos de um faturamento de R$ 29 bilhões para R$ 127 bilhões em 12 anos. Neste momento, é sensato o governo impor algumas barreiras às empresas que desejam aderir ao franchising, protegendo de forma mais incisiva o sistema.
Em 2014, a ABF endureceu suas regras em relação ao processo de filiação e permanência de empresas em seu quadro de associados, medida fundamental como um primeiro passo rumo a um melhor suporte e maior seriedade de empresas franqueadoras, que devem ter mais transparência em suas ações e números divulgados.
Aos candidatos que desejam adquirir uma franquia, é imprescindível pesquisar a fundo a empresa. Como futuro empresário, deve-se observar todos os aspectos da marca, como índice de reclamações dos consumidores finais e tempo da marca no mercado. Além disso, questionar franqueados da rede para saber se os números que a franqueadora forneceu são sensatos (ou verdadeiros), entre outros detalhes.
Uma dica valiosa para avaliar a idoneidade da franqueadora é observar o processo comercial que ela pratica. Nenhuma rede de sucesso deseja inserir franqueados que não tenham o perfil ideal para administrar sua franquia. Inclusive, há redes que aplica até mesmo teste psicológicos a candidatos, antes de serem aprovados. Geralmente, as marcas que estão apenas interessadas em vender unidades, sem estudar o perfil do candidato que ingressará na rede, também são as franqueadoras com maiores índices de insucesso.
A exemplo disso, para ter uma loja do McDonald’s, uma das maiores e mais prósperas franqueadoras do mundo, não basta apenas ter o capital exigido: é necessário cumprir uma série de pré-requisitos, que vão desde experiência comercial significativa até bom histórico de crédito. Ou seja, apesar de ter mais de 33 mil unidades pelo mundo, a empresa é cautelosa em relação a quem irá zelar por sua bandeira.
Para auxiliar um interessado em investir no franchising, há inúmeras consultorias no Brasil que realizam pesquisas para encontrar a melhor marca, de acordo com o perfil de cada um. Reiterando: não basta apenas capital para ser um franqueado (e, consequentemente, empresário), pois a franqueadora não fará tudo por você. É importante ingressar em um negócio o qual você entenda e com o qual se identifique.
Em síntese, o franchising é um poderoso instrumento de negócios para o desenvolvimento do País, gerando milhares de empregos e empreendedores de sucesso. Entretanto, caso não haja uma regulamentação mais rígida sobre a entrada de novas marcas franqueadoras no mercado, são grandes as chances de degradação do sistema.
O conteúdo acima é de autoria de Allan Comploier, em caráter colaborativo, isentando o Portal Franchise Square de quaisquer responsabilidades.