Franchising registra alta de 6,8% no segundo trimestre de 2017

Embora o país ainda não tenha se recuperado totalmente da instabilidade político-econômica, alguns setores demonstram força e registram crescimento. Segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF) divulgados na última quinta-feira (10), o mercado de franquias reagiu bem ao segundo trimestre deste ano, com alta de 6,8% em comparação ao mesmo período de 2016. Em números absolutos, o setor registrou 37,5 bilhões de reais ante aos 35,1 bilhões de reais do ano anterior. No acumulado dos seis primeiros meses do ano, o franchising nacional registrou um saldo positivo de 74,4 bilhões de reais, um acréscimo de 8% em igual período de 2016, quando a balança registrava 68,8 bilhões de reais.

Ainda de acordo com o balanço divulgado pela entidade, o número de redes operando no Brasil teve baixa de 2% em relação ao fechamento de dezembro de 2016, sendo pouco mais de 2,9 mil empresas atuando em todo território nacional. Para a ABF, a explicação para isso deve-se ao fato de que redes menores acabam focando apenas nas operações de lojas próprias quando promovem a adequação do modelo de negócio ao atual cenário econômico. “Estamos passando por um período de maior conservadorismo na expansão, mas é ainda muito considerável o número de redes e empreendedores que continuam em movimento, tanto visando ganhos de curto prazo, como ocupando mercado para quando a economia se recuperar”, avalia o presidente da ABF, Altino Cristofoletti Junior. Atualmente, são mais de 144 mil unidades de franquias espalhadas em diversas regiões do país.

Fonte: Associação Brasileira de Franchising

Ao mesmo tempo em que os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados no final do mês passado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que a taxa de desemprego ficou em 13% no segundo trimestre do ano, o balanço da ABF aponta para crescimento de empregos formais gerados no setor. Mais de 1,2 milhão de pessoas foram beneficiadas com postos de trabalho, crescimento de 1% sobre o primeiro trimestre de 2017.

Entre os segmentos, a maior variação de receita trimestral foi registrada entre as franquias de Hotelaria e Turismo, com 10,1% de crescimento, seguido por franquias de Saúde, Beleza e Bem-estar, com 9,4%, franquias de Casa e Construção, com crescimento de 8,6%, demonstrando uma leve recuperação frente ao mesmo período do ano passado, Entretenimento e Lazer, responsáveis por uma alta de 7%, e franquias de ComunicaçãoInformática e Eletrônicos, cujo saldo positivo foi de 6,6%.

Para os próximos meses, a entidade espera fechar o ano com um crescimento estimado entre 7% e 9%, o que deve ser impulsionado com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 0,34% e inflação abaixo do centro da meta, em 3,45%. “O desempenho positivo do setor e o relativo aumento no número de empregos demonstram que as empresas seguem uma trajetória de recuperação. Observamos que as redes continuam focadas em obter ganhos de eficiência na gestão, fazendo mais com menos, investindo na ‘multicanalidade’ e em novas estratégias comerciais. As empresas estão atentas aos movimentos do mercado para responder rapidamente aos desafios desse período difícil vivido pelo país”, pontua Cristofoletti Junior.