Jogos de Fuga ganham espaço no mercado de franquias
De tempos em tempos, algumas modalidades de franquias explodem e se expandem pelo Brasil, como foi o caso das paleterias, hamburguerias. Agora é a vez das franquias de jogos. Não se trata de casas de jogos em que existem vários tipos de brinquedos. A onda é fazer com que a própria casa se transforme no jogo, denominado “jogo de fuga”. A moda chegou ao país com certo atraso, visto que no exterior o negócio já se tornou viável há algum tempo. Os jogos consistem em solucionar enigmas até encontrar a saída. O objetivo dos jogadores é sair da sala dentro de um período determinado e, para isso, é necessário muito raciocínio lógico, inteligência, intuição e trabalho de equipe.
Esse jogo presencial nasceu no Japão e rapidamente se espalhou pela Europa e América do Norte. De olho no mercado brasileiro, a Puzzle Room, rede europeia especializada em jogos de fuga, decidiu trazer sua marca. “Nossa empresa trouxe a ideia para ao país com uma pitada brasileira ao negócio e aos temas”, explica Rodrigo Matrone, CEO da franqueadora no Brasil, onde opera desde julho de 2015 e conta com três unidades – São Paulo, Santo André e Curitiba. A expectativa para este ano é abrir mais sete estabelecimentos no país, da região Sul ao Nordeste, em locais como Brasília, Foz do Iguaçu, Goiânia, Recife, Bahia, entre outros estados. Para abrir uma unidade da Puzzle Room é necessário um investimento que parte de 120 mil reais. A marca não cobra taxa de franquia e nem taxas de royalties.
Outra marca que oferece o negócio como franquia é a Escape Time, que exige um investimento de 250 mil reais, prometendo um retorno dentro de 18 meses. A ideia surgiu em 2015, durante uma viagem dos sócios Claudio Santiago e Cacildo Inácio para a França. Ao voltarem para o Brasil, ficaram 8 meses trabalhando no projeto e inauguraram a primeira casa em São Paulo, em fevereiro de 2016. Hoje a rede possui franquias em Belo Horizonte e Rio de janeiro. “O conceito de escape é relativamente novo. Nem todo mundo conhece. Trouxemos ele para cá por ser diferente, interativo. O resultado foi até surpreendente. Tanto as pessoas como as empresas entenderam que esse tipo de jogo mexe com o lúdico, o trabalho em equipe e a comunicação. É algo diferente do que elas estão acostumadas”, avalia Inácio. Segundo os sócios, o plano de expansão da franquia é de atingir 15 unidades em 15 meses. “O Resultado está muito bom. Foi um tipo de jogo que caiu no gosto das pessoas”, afirma Santiago.
Foi também em viagem pela França que os amigos Jeannette Galbinski, Márcio Abraham, José Roberto Szymonowicz e Karina Papautsky tiveram a ideia de abrir um negócio como esse em São Paulo. A primeira unidade do Escape 60 foi lançada em junho de 2015 no bairro da Vila Olímpia. Atualmente, menos de dois anos depois, a marca já conta com nove unidades, localizadas em São Paulo, Santo André, Rio de Janeiro, Fortaleza, Belo Horizonte e Curitiba, e tem a pretensão para esse ano é de inaugurar quatro novas unidades. O investimento inicial é de 400 mil reais e depende do número de salas da unidade. Este valor é para três salas. A lucratividade e o retorno do investimento dependem fortemente do trabalho do franqueado e da praça em questão, e pode variar de 18 a 36 meses. De acordo com Jeannette Galbinski, sócia-diretora da Escape 60, um dos fatores de sucesso da franquia é o ineditismo desse tipo de negócio. “Este é um nicho ainda pouco explorado no País, e tem um potencial enorme de crescimento, já que faltam oportunidades de ações interativas para as áreas de recursos humanos e marketing”, explica.
Segundo a especialista em franchising Milena Lidor, diretora da Franquear Consultoria, as franquias de jogos de fuga vieram para ficar. “Visualizo o movimento desse negócio como algo que é tendência para o futuro, porque vem de encontro com uma necessidade de mudança da população. Viemos até aqui com incentivos à individualidade, ao personalizado, ao gourmet e isso fez com que o comportamento das pessoas evoluísse em egoísmo. O avanço desse tipo de negócio mostra, inclusive, o aumento do interesse das pessoas em voltar à convivência em comunidade, equipe, grupo. Em minha opinião, veio para ficar e para gerar em seus clientes outros sentimentos além do divertimento apenas do brinquedo, mas também os efeitos no relacionamento dos grupos que participarem as atividades”, afirma a consultora.