Redes diminuem valor de investimento para atrair franqueados

Mesmo com um desempenho considerado bastante satisfatório durante o primeiro semestre de 2016, período em já foram firmados 20 novos contratos em todo o Brasil, a rede Giraffas, que está completando 35 anos e conta com 430 restaurantes dentro e fora do país, está apostando na redução do investimento para atrair mais franqueados nas cidades com mais de 60 mil habitantes. “Negócios tendem a passar por constantes evoluções e, quando falamos de operações, as coisas também não são diferentes. Por isso, repensamos todo o nosso custo de implementação de uma nova unidade – especificamente no modelo loja – e, junto de nossos parceiros, chegamos a um desconto de R$ 100 mil. Acreditamos que será possível atingir um novo patamar de eficiência que beneficia todas as partes envolvidas”, explica Eduardo Guerra, diretor de expansão do Grupo Giraffas, franqueador das marcas Giraffas e Tostex.

A fala do executivo resume parte das novidades que englobam a rede de restaurantes homônima ao grupo, que diante de um cenário econômico instável optou por encontrar uma solução interna para manter o ritmo de crescimento sem que o consumidor final sentisse qualquer diferença no conceito da marca. “Revisitamos nossos custos em obras, engenharia, equipamentos, comunicação visual e outros aspectos influenciadores, mas mantendo o mesmo cardápio e forma de atendimento que o público conhece. Basicamente, são restaurantes de potencial médio de faturamento em que não é necessário utilizar as mesmas regras de implantação que são aplicadas em unidades de potenciais maiores”, comenta. Esta remodelagem corresponde ao negócio para shoppings, em que o custo de instalação é a partir de R$ 650 mil, mas a Giraffas também possui o modelo Fast Casual, em que o investimento inicial é de R$ 900 mil, e Quiosque de Sobremesa, a partir de R$ 140 mil.

Além da investida, a marca tem agora novos alvos para a expansão: as rodoviárias e aeroportos. “São locais de grande fluxo de pessoas. São importantes para mantermos nosso ritmo e as primeiras inaugurações têm sido muito positivas”, comenta Guerra. Os aeroportos Viracopos (Campinas), Galeão (Rio de Janeiro) e Congonhas (São Paulo) e a Terminal Rodoviário do Tietê estão entre os empreendimentos que vão contar com uma unidade Giraffas ainda este ano.

Estratégia semelhante em uma rede menor

A alternativa também vem sendo aplicada em redes menores. Também no segmento de alimentação, a Torteria Haguanaboka, que iniciou sua expansão por meio de franquias em janeiro de 2016, também revisou seus processos e diminuiu seus custos em 16%, sem alterar o faturamento médio de suas unidades, que está entre R$ 80 mil e R$ 130 mil. Agora, é possível investir na marca por um valor inicial de R$ 270 mil. Tal redução não altera a identidade e originalidade da marca , embora tenha havido uma forte reavaliação de custos internos com processos, fornecedores, equipamentos e outras taxas operacionais. A rede optou, por exemplo, por substituir a máquina de lavagem de louça pelo trabalho manual e passou a fornecer aos novos franqueados seis meses de distribuição por conta da franqueadora, eliminando assim a necessidade imediata do franqueado investir em um automóvel. “Pequenas mudanças podem fazer a diferença e, considerando essas alterações no processo, prevemos crescer ao menos 30% com a abertura de novas franquias nos próximos meses”, afirma Alexandre Thibes, diretor de expansão da Torteria Haguanaboka. Assim como no caso da rede Giraffas, o retorno tem sido positivo. Já estão previstas inaugurações de duas novas lojas nas cidades de Mogi das Cruzes e Taubaté, ambas no interior de São Paulo.